As tonalidades afetivas são, acima de tudo, uma afinação ao meio. A expressão alemã "Stimmung", que significa conveniência e ressonância musical, exprime esta dimensão de acordo com o mundo conforme uma mesma tonalidade. É a harmonia essencialmente musical da vida interior, análoga à "música" primária da existência. A harmonia tem vários significados distintos mas inseparáveis. Exprime a ligação entre o mundo exterior e o mundo interior do homem, a relação entre a disposição psíquica e a (…)
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Bollnow / Otto Friedrich Bollnow
Otto Friedrich Bollnow (1903-1991)
Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
Matérias
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Chambon (1990:15-16) – as tonalidades afetivas
8 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Chambon (1990:13-15) – Bollnow e as tonalidades afetivas
24 de novembro de 2023, por Cardoso de Castrotradução
O livro [de Bollnow] começa por definir o campo das tonalidades afetivas, a sua função e a sua importância. A questão do homem tornou-se incerta porque a certeza tradicional do homem como "animal racional" se desmoronou. A crise da cultura contemporânea caracteriza-se pelo facto de a razão já não ser o princípio constitutivo da natureza humana. Neste sentido, a descoberta do papel fundamental das tonalidades afetivas exprime esta crise. É o fim de uma definição específica do (…) -
Bollnow (2011) – habitar
11 de março, por Cardoso de Castro(BSpace)
Saint-Exupéry, em sua Cidadela, a "cidade no deserto", foi provavelmente o primeiro a enfatizar a importância do habitar. "Descobri uma grande verdade", ele escreve, que é "saber que todos os homens habitam, e que o significado das coisas muda de acordo com o significado de seu lar." Assim, o habitar não é mais uma atividade aleatória como qualquer outra, mas um aspecto da natureza humana que é decisivo para a relação do homem com o mundo em geral. O herói fictício de suas (…) -
Bollnow (2011) – Zuhandenheit
11 de março, por Cardoso de Castro(BSpace)
A suitable starting point is provided by Heidegger’s analysis of human spatiality in Being and time, which, despite being restricted by the different direction of the questions raised in this book, clearly discusses the decisive features of this space. I will follow it, without keeping in detail to the structure required by the total context of the book. The concept of what is ‘ready-to-hand’ which Heidegger applies to the original condition of things, or, in his phrase, of (…) -
Bollnow (2011) – Wohnen
11 de março, por Cardoso de Castro(BSpace)
Admittedly man today, if he regards his house as the centre of the world, is at a distinct disadvantage with regard to the mythological world image. For mythological man, the centre of the world was objectively rooted with reference to the fixed centre of space as a whole. Dwelling was therefore no problem to him. But since this objective centre has been lost, the anchoring in an objective system is also lost. Man is then in danger of being uprooted. He becomes homeless on earth, (…) -
Bollnow (2011) – da morada à casa
11 de março, por Cardoso de Castro(BSpace)
Mas, para que o homem possa habitar em seu lugar de morada, de modo a encontrar estabilidade, segurança e paz diante do assalto do mundo, ele precisa proteger essa área por meios adequados. Saint-Exupéry, por exemplo, escreve que defesas firmes são necessárias, sem as quais não se pode viver. E, de fato, na língua alemã, como Heidegger apontou, o "Frieden" [paz] em que se vive está relacionado à "Umfriedung" [cercamento] da área de habitação. Portanto, para habitar em paz, (…) -
Bollnow (2011) – tempo vivido
11 de março, por Cardoso de Castro(BSpace)
The problem of time in human existence has preoccupied philosophers to such an extraordinary degree over recent decades that one could almost describe it as the fundamental problem of contemporary philosophy. Bergson was probably the first to formulate it convincingly as that of ‘durée’, concretely experienced as opposed to objectively measurable, and soon afterwards Simmel introduced this question to Germany. Later Heidegger, in the course of his existential ontology, decisively (…) -
Bollnow (2011) – região (Gegend)
11 de março, por Cardoso de Castro(BSpace)
Thus we define the space of action as the totality of places which include the objects of use around the working individual. Here no object stands alone, but the individual places are ordered into a significant whole, in which each individual object is related to other things with which it belongs. The book stands on the bookshelf, and the bookshelf is on the wall of the study, the washing is in the wardrobe, the pliers are in the toolbox, and so on. Each individual thing is in a (…) -
Bollnow (2011) – lugar, resultado de ordem humana
11 de março, por Cardoso de Castro(BSpace)
The individual object however has its place where I look for it and find it, in so far as a place is assigned to it by someone. The place is thus already the result of human creation of order. The manner of assignation can again vary greatly in detail. Things are, to quote Heidegger, ‘as equipment essentially fitted up and installed, set up, and put to rights’. Thus there are very different forms of lying ready, keeping, and so on. I can put a book in order on the bookshelf for (…) -
Bollnow (2011) – espacialidade da existência
11 de março, por Cardoso de CastroEven though we have refused to regard experienced space, in the sense of mere experience of space, as something merely psychological, it is on the other hand not an object removed from the subject. As we have stressed from the start, it is a question of the relationship between the human being and his space, and thus also of the structure of human existence itself, insofar as this is determined by his relationship with space. It is in this sense that we speak of the spatiality of human (…)
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Chambon (1990:25-27) – conhecimento, modo deficiente de ser-no-mundo
12 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] O.F. Bollnow desenvolve a relação das tonalidades com a realidade e, portanto, sua forma de “objetividade”, em passagens dedicadas à sua ligação com o conhecimento. “… os diferentes estados de tonalidade afetiva implicam, respectivamente, em diferentes possibilidades de conhecimento” (31). A relação do conhecimento com seu fundamento afetivo sugere uma comparação com a filosofia de Heidegger.
O.F. Bollnow critica a unilateralidade de sua perspectiva, segundo a qual o conhecimento é um (…) -
Chambon (1990:53-55) – luz e aparecer
23 de julho de 2024, por Cardoso de CastroA realidade é abrangente; ela é experimentada e dada em uma coincidência que supera a separação sujeito-objeto do conhecimento. Enquanto considerarmos a relação sujeito-objeto como primária, é impossível reconhecer a natureza enraizada do real. O real não poderia ser envolvente se aparecesse apenas no contato objetivo face a face. Se a presença fosse desse tipo, seria relativa ao sujeito. A realidade envolvente tem o sentido de anterioridade, e é na anterioridade que reside o enraizamento. O (…)
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Chambon (1990:9-13) – A experiência humana constitui-se de muitas maneiras diferentes
24 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroA relação do homem com a realidade tem uma "estrutura", é "construída" de uma forma que corresponde à sua tonalidade afetiva.
tradução parcial
O interesse principal das " Tonalidades Afetivas " parece-nos residir em duas descobertas: em primeiro lugar, o caráter fundamental da afetividade, que é a fonte e a raiz das outras funções psicológicas e espirituais do homem. A razão conceitual já não é um domínio autônomo que possa ser compreendido por si mesmo. Depois, há a divisão da (…) -
Chambon (1990:16-18) – sentimento e corpo
12 de maio de 2024, por Cardoso de CastroO.F. Bollnow relembra um pensamento de Carus sobre a relação entre a alma e o corpo. Essa relação é pressuposta pela identidade do homem e do mundo. "Os estados corporais são de extraordinária importância para a tonalidade afetiva", como demonstrou a psicologia do romantismo alemão. A influência dos estados atmosféricos, que ilustra a ligação entre o interior e o exterior, é ao mesmo tempo um estado orgânico. O corpo é o local onde as duas dimensões se cruzam. Isso é o que Carus teria (…)