Por trás dessa fenomenologia, talvez já possamos ver o novo ganho filosófico — em relação ao mundo clássico — que a sustenta. Qualquer desordem do espírito, seja no registro do peso ou no da leveza, é, antes de tudo, uma desordem do amor — da atitude afetiva fundamental em relação à vida, que não pode ser dissociada da tendência inerradicável de toda criatura de se preservar, de continuar vivendo.
Também encontramos a fórmula adotada por Scheler no contexto de sua ética das vocações, que (…)
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Augustin / Agostinho / Augustine
AURÉLIO AGOSTINHO DE HIPONA (354-430)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
Em Agostinho, H. encontra um respondente a suas preocupações relativas à existência, ou melhor, à ancoragem da reflexão filosófica na dimensão da existência como do mundo concreto no seio do qual o ser humano é levado a desdobrar seu ser, a viver. (LDMH LDMH ARJAKOVSKY, P., FÉDIER F. et FRANCE-LANORD, H., Le Dictionnaire Martin Heidegger. Paris: CERF, 2013. )
Matérias
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Monticelli (1997:150-152) – a desordem do amor
20 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Arendt (LM2:17-18) – onde estamos quando pensamos?
1º de janeiro de 2020, por Cardoso de CastroJoão Duarte
Concluí o primeiro volume de A vida do Espírito com certas especulações sobre o tempo. Isso era uma tentativa para clarificar uma questão muito antiga, levantada pela primeira vez por Platão, mas nunca respondida por ele: onde é o topos noetos, a região do espírito em que o filósofo habita? Reformulei esta pergunta no decurso da investigação para a seguinte: Onde estamos quando pensamos? Para onde nos afastamos quando nos alheamos do mundo das aparências, cessamos todas as (…) -
GA31:20-26 – liberdade negativa, positiva e transcendental
14 de julho de 2017, por Cardoso de CastroMartineau
Jusqu’à maintenant, en éclaircissant la tâche, le thème et son mode de traitement, nous nous en sommes simplement tenus au concept négatif de la liberté. Et ce n’est point un hasard si nous sommes partis de cette « liberté négative ». En effet, partout où prend naissance un savoir de la liberté, la liberté est d’abord sue au sens négatif, comme indépendance vis-à-vis de… Et cette imposition de la liberté négative, et peut-être du négatif en général, présuppose que l’être-libre (…) -
Figal (2007:§31) – ser no tempo
12 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroCasanova
Algo acontece, mas ele acontece a alguém ou por meio deste alguém mesmo. As duas coisas juntas também são possíveis, até mesmo habituais: nós podemos fazer algo e nos transformar em meio a este fazer. Ou fazemos algo e nos transformamos aí sem uma intenção prévia; só constatamos subsequentemente o fato de termos nos tornado outros. Tal como todo e qualquer movimento, aquilo que fazemos acontece no tempo e possui o seu tempo. Todavia, sempre experimentamos o tempo e a nós mesmos no (…) -
Marion (2008:98-101) — o anonimato do ego
27 de junho de 2023, por Cardoso de CastroO cogito, suposto me apropriar de mim mesmo como um mim mesmo, me expulsa de mim mesmo e me define por este mesmo exílio. Por conseguinte, sou paradoxalmente aquele que em pensando sabe que não é (pertence a) ele mesmo, não conhece sua essência e nunca pode dizer (ele mesmo), rigorosamente, mim mesmo.
tradução do inglês
Um ponto parece assim estabelecido: em nenhum momento Santo Agostinho consegue (nem tenta, como Descartes fará) assegurar o ego de sua existência ou atribuí-lo (…) -
GA60:224-227 – o ver
30 de julho de 2017, por Cardoso de Castrob) El mirar alrededor de uno con curiosidad en el mundo (p. 79-83)
b) The Curious Looking-about-Oneself in the World (p. 167-169)
Jacobo Muñoz
El mero querer ver, la curiosidad desnuda, es el sentido dominante, y precisamente tan sólo cuando la experiencia se ejecuta y consuma con carga emocional: miedo, terror, espanto. Las formas concretas que asume esta actitud concreta en su relación con los objetos son muy diversas (cine).
Hinc etiam, si quid eodem perversae scientiae fine per (…) -
Agamben (2015:260-261) – origem da palavra "facticidade"
12 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroO reenvio a Husserl e a Sartre, lugar-comum na entrada “Facticidade” dos dicionários filosóficos, é errôneo, pois o uso heideggeriano é completamente diferente. Heidegger distingue a Faktizität do Dasein da Tatsächlichkeit, simples factualidade dos entes intramundanos. É no início das Ideen que Husserl define a Tatsächlichkeit dos objetos da experiência. Esses objetos, escreve ele, apresentam-se como algo que se encontra em um ponto determinado do espaço e do tempo e que possui certo (…)
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SZ:170-171 — Visão - Sicht
23 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroCastilho
Na análise do entender e da abertura do “aí” em geral, remeteu-se ao lumen naturale e se deu o nome de clareira do Dasein à abertura do ser-em, na qual é pela primeira vez somente possível algo assim como a visão. A visão foi concebida em referência ao modo-fundamental de todo abrir do Dasein, isto é, o entender, tomado no sentido da genuína apropriação do ente em relação ao qual o Dasein pode se comportar conforme suas essenciais possibilidades-de-ser.
A (…) -
Monticelli (1997:157-158) – confiança
20 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroPortanto, nossa pergunta final é a seguinte. Deve haver uma ligação entre o ethos, o “modo de ser” ou, mais precisamente, a atitude afetiva fundamental em relação à vida, e aquela forma de desordem do espírito que se manifesta na interrupção da possibilidade da experiência verdadeira. Qual é essa ligação? Os “antigos” a vislumbraram, mas uma certa atitude impiedosa que consiste em ignorar a miséria real de um fenômeno humano em favor de sua possível grandeza é peculiar a eras magnânimas (tão (…)
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Gadamer: Heidegger on subjectivity
30 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtrato das páginas 279-281, da tradução de Peter Adamson and David Vessey, em Continental Philosophy Review 33: 275-287, 2000.
Now, how does the problematic of subjectivity look in the light of Heldegger and his proficient critique of Husserl? As is well-known, already in Being and Time Heidegger transformed Husserl’s use of “phenomenon,” for he saw the basic task of phenomenology as laying bare the phenomenon, and found insufficiently careful Husserl’s mere phrase: “to the thing (…) -
Ser e Tempo: § 29. O Da-sein [ser-“aí”] como encontrar-se
17 de abril de 2022, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Rivera
Lo que en el orden ontológico designamos con el término de disposición afectiva [Befindlichkeit] es ónticamente lo más conocido y cotidiano: el estado de ánimo, el temple anímico. Antes de toda psicología de los estados de ánimo —por lo demás aún sin hacer— será necesario ver (…) -
Être et temps : § 40. L’affection fondamentale de l’angoisse comme ouverture privilégiée du Dasein.
16 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
C’est une possibilité d’être du Dasein qui doit nous donner une « révélation » ontique sur lui-même en tant qu’étant. Une révélation n’est possible que dans l’ouverture propre au Dasein, ouverture qui se fonde dans l’affection et le comprendre. Dans quelle mesure l’angoisse est-elle une (…) -
Monticelli (1997:141-143) – melancolia e mania
20 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroÉ claro que os filósofos não nos ajudam muito a conceber claramente em que poderia consistir uma condição mental feliz — a salvação, ou pelo menos a saúde do espírito —, pois há tantas representações filosóficas dessa condição quanto há personagens — ou possíveis sujeitos de uma “psicologia de visões de mundo”. Por outro lado, parece menos difícil descobrir, se não concordar, um conjunto bastante limitado de posições fundamentais sobre o tema da infelicidade do espírito, seus desconfortos, (…)
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GA63: Estrutura da Obra
13 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroÍndice de diferentes traduções e do original
Renato Kirshner
Introdução
§1. O título “ontologia”
“Doutrina do ser”; válido somente em sentido mais amplo. Inaceitável enquanto disciplina particular. Na fenomenologia: o caráter objetual provém da consciência da objetualidade Omite-se a questão no campo do ser do qual se deve extrair todo sentido ontológico A partir disso, portanto, o título é propriamente: hermenêutica da faticidade
Prefácio - Hermenêutica da faticidade Colocar (…) -
Être et temps : § 36. La curiosité.
15 de julho de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Au cours de l’analyse du comprendre et de l’ouverture du Là en général, nous avons fait référence au lumen naturale et nommé l’ouverture de l’être-à l’éclaircie où seulement quelque chose comme une vue devient possible. Quant à la vue elle-même, elle a été conçue, par rapport au mode (…) -
GA60:185-186 – memória - cogitar - aprender
18 de fevereiro de 2020, por Cardoso de CastroExtrato das Confissões de Agostinho.
Comentário traduzido de HEIDEGGER, Martin. The phenomenology of religious life. Tr. Matthias Fritsch & Jennifer Anna Gosetti-Ferencei. Bloomington: Indiana University Press, 2004, p. 135-136.
XI, 18. Descobrimos, quanto a isso, que aprender algo de que não recebemos imagens pelos sentidos, mas que discernimos interiormente sem imagens, assim como é, por ele mesmo – aprender isso não é senão, por assim dizer, recolher cogitando aquilo que a (…) -
Monticelli (1997:163-165) – cura [Sorge]
20 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroOs poetas costumam dizer, com o brilhantismo e a concisão de um pensamento iluminado, o que os filósofos se dedicam a explicar por meio de um longo e trabalhoso trabalho com conceitos. Portanto, para obter imediatamente alguma clareza intuitiva sobre nosso assunto, que o estudo anterior apenas abordou, vamos nos deslocar por um momento para o teatro. Fausto está sendo representado, no Ato V. Quatro mulheres vestidas de cinza batem à porta do suntuoso palácio do velho Fausto. Três delas, (…)
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Monticelli (1997:165-167) – cupiditas, a essência da cura [Sorge]
20 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroMas Santo Agostinho, como vimos, também é uma fonte — admitida — para Binswanger. Portanto, voltemos à ideia principal do livro de Binswanger de 1942, Grundformen und Erkenntis menschlichen Daseins. Essa ideia consiste em uma certa correção e uma correspondente ampliação da análise heideggeriana da afetividade (Befindlichkeit). De acordo com Binswanger, a preocupação [Sorge] é apenas uma das duas modalidades fundamentais de ser-no-mundo e, portanto, especialmente de ser com os outros, (…)
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GA60: Estrutura da Obra
12 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroFritsch & Gosetti-Ferencei
INTRODUCTION TO THE PHENOMENOLOGY OF RELIGION Winter Semester 1920-21
PART ONE METHODOLOGICAL INTRODUCTION PHILOSOPHY, FACTICAL LIFE EXPERIENCE, AND THE PHENOMENOLOGY OF RELIGION
CHAPTER ONE The Formation of Philosophical Concepts and Factical Life Experience
§ 1. The Peculiarity of Philosophical Concepts
§ 2. On the Title of the Lecture Course
§ 3. Factical Life Experience as the Point of Departure
§ 4. Taking-Cognizance-of
CHAPTER TWO Current (…) -
Monticelli (1997:152-154) – a perversão do amor
20 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroAo contrário dos animais, que não podem enlouquecer — pelo menos não no sentido em que usamos o termo até agora, o que implica a presença de uma vida espiritual, embora anormal —, o homem não pode viver a qualquer preço.
Diz-se que o homem quer ser “bom”. Concordo: mas, no fim das contas, não é a satisfação do desejo de bem-estar, ou felicidade, que é a condição para aceitar a vida: caso contrário, quase ninguém a aceitaria. Ao invés, é a interpretação desse desejo. Em que consiste estar (…)
Notas
- Arendt (RJ:165) – objeto do pensar
- GA24:338 – Aristóteles foi o último grande filósofo
- GA31:120-121 – o tempo
- GA60:159-160 – Agostinho
- GA60:178-179 – não sei tudo sobre mim mesmo
- GA64:111 – O que meço ao medir o tempo?
- Greisch: Befindlichkeit - Affection
- Jean-Louis Chrétien (2014) – “Tornei-me uma pergunta para mim mesmo”
- Luijpen: Filosofia como tarefa social