Fenomenologia, Existencialismo e Daseinsanálise

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GA61:19-20 – definição filosófica [philosophischen Definition]

quarta-feira 13 de novembro de 2024

No sentido da ideia formal de definição, é importante agora alcançar a ideia da definição filosófica, isto é, da definição de objetos filosóficos [Definition von philosophischen Gegenständen]. As relações de sentido de sua proveniência [sinnmäßige Abkunftsverhältnis], porém, são propriamente de tal natureza que a definição filosófica é a definição originária, que a ideia formal de definição brota desta, através de uma formalização [Formalisierung], e que o caráter de definição das diversas ciências, é claro que de outro modo, tem sua origem igualmente da definição filosófica.

A definição filosófica é uma definição principial, de tal modo que filosofia não é uma “cousa” [Sache]; “ter principial” [prinzipielles Haben]. Ela deve ser, portanto, “indicativa” (anzeigend): o que está [28] em questão e importa; isso é apenas uma explicação mais aguda do caráter específico do princípio; diz respeito a uma pro-visão [Vor-»kehrung«] para – que eu não “volte” [kehre] meu interesse e atenção ao conteúdo [Gehalt]. Ela é indicativa “formal”, o “caminho” [Weg], no “principiar” [Ansatz]. É dada de antemão uma ligação indeterminada em relação ao conteúdo, determinada em relação à realização.

A definição filosófica [Die phänomenologische Definition] é tal, que é uma temporalização especificamente existenciária [existenzieller Zeitigung]. Nela encontramos a realização da compreensão [Sinne der Verstehensvollzug], num sentido decisivo, de tal modo que, a partir da experiência fundamental do caminho, no modo como é indicado, se faz um “retorno” [zurück], isto é, de tal modo que só agora propriamente se torna explícita a interpelação [Ansprechung]; de tal modo que a tarefa (pesquisa das categorias), a ideia da situação e da antecipação [Situations- und Vorgriffsidee] são colocadas como problemática, e a experiência existenciária fundamental [existenzielle Grunderfahrung] pode ser tomada concretamente como preocupação como sendo faticamente o elemento decisivo.

[HEIDEGGER, Martin. Interpretações fenomenológicas sobre Aristóteles. Introdução à pesquisa fenomenológica. Tr. Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2011, p. 27-28]


Ver online : Phänomenologische Interpretationen zu Aristoteles [GA61]