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SZ:214-215 – caracterização da verdade como “concordância”
terça-feira 19 de novembro de 2024
Aristóteles
Aristoteles
Aristote
Aristóteles
Aristotle
Para Heidegger, Aristóteles é com efeito toda a filosofia, por esta razão passou sua vida a situar, demarcar, mensurar, em resumo questionar em sua dimensão mesma de lugar, este lugar comum a toda humanidade.
diz [1]: as “vivências” da alma, as “noemata” (”representações”) [284] são adequações às coisas. Esses enunciados, que de modo algum se propõem como definição expressa da essência da verdade, desempenharam importante papel ao se elaborar posteriormente a essência da verdade como adaequatio intellectus et rei. Tomás de Aquino
Thomas d'Aquin
Tomás de Aquino
Thomas of Aquinas
Tomás de Aquino (1224/1225-1274)
[2], que remete sua definição a Avicenna, que, por sua vez, remete ao Livro das definições (século X) de Isaak Israelis, também usou para adaequatio (adequação) os termos correspondentia e convenientia.
A epistemologia neokantiana do século XIX caracterizou de muitas maneiras essa definição de verdade como a expressão de um realismo que, do ponto de vista do método, se manteve ingênuo, considerando-a incompatível com um questionamento que tenha passado pela “revolução copernicana” de Kant
Kant
Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou.
. O que assim não se percebe, e para o que Brentano
Brentano
Franz Brentano
BRENTANO, Franz (1838-1917)
chamou a atenção, é que também Kant
Kant
Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou.
se ateve de tal modo a esse conceito de verdade que nem chegou a discuti-lo: “A antiga e famosa questão, com a qual se supunha colocar os lógicos em apuros, é a seguinte: O que é verdade? O esclarecimento nominal da verdade como concordância entre o conhecimento e o seu objeto é aqui presenteada e pressuposta…” [3]
”Se verdade consiste na concordância de um conhecimento com o seu objeto, segue-se que esse objeto deve distinguir-se dos demais; pois um conhecimento é falso quando não concorda com o objeto a que está remetido, mesmo que contenha algo que possa valer para outros objetos” [4]. E na introdução à dialética transcendental, Kant Kant Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou. diz: “Verdade ou aparência não se encontram no objeto na medida em que ele se dá na intuição e sim no juízo a seu respeito, na medida em que é pensado” [5].
A caracterização da verdade como “concordância”, adaequatio, homoiosis, é, certamente, por demais vazia e universal. Encontrará, no entanto, algum direito, caso se sustente, a despeito das interpretações mais variadas do conhecimento que traz esse predicado [285] privilegiado. Questionamos agora o fundamento dessa “relação”. O que implicitamente também se põe com o todo da relação – adaequatio intellectus et rei? Que caráter ontológico possui o que se põe conjuntamente?
[HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
. Tradução revisada de Marcia Sá Cavalcante
Sá Cavalcante
Marcia Sá Cavalcante
Marcia Schuback
Schuback
STMS
Marcia Sá Cavalcante Schuback
Schuback
Sá Cavalcante
Marcia Sá Cavalcante
Marcia Schuback
Schuback
STMS
Marcia Sá Cavalcante Schuback
. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 284-286]
Ver online : Sein und Zeit [SZ]
[1] De interpretatione, 1,16 a 6.
[2] Cf. Quaest. disp. de veritate, qu. I, art. 1.
[3] Kritik der reinen Vernunft, p. 82.
[4] Idem,p.83.
[5] Idem,p.350.