Excerto de HEIDEGGER, Martin. Nietzsche II. Tr.: Marco Antonio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007, p. 86-89
Casanova
Se a “verdade”, isto é, o verdadeiro e o real, é transplantada para o alto e para o além em um mundo em si, então o ente propriamente dito aparece como aquilo a que toda a vida humana precisa se submeter. O verdadeiro é aquilo que deve ser em si e é desejável. A vida humana só presta para alguma coisa, só é determinada por meio de virtudes corretas, se (…)
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Nietzsche / Friedrich Nietzsche
FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE (1844-1900)
OBRAS NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. Tr. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (ebook)
- NIETZSCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra. Um livro para todos e para ninguém. Tr. Mário Ferreira dos Santos. Petrópolis: Vozes, 2008.
- NIETZSCHE, Friedrich. A Vontade de Poder. Tr. Marcos Sinésio Pereira Fernandes e Francisco José Dias de Moraes. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011.
- NIETZSCHE, Friedrich. Além do Bem e do Mal. Prelúdio a uma filosofia do futuro. Tr. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
- NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Tr. Alfredo Margarido. Lisboa: Guimarães Editores, 2000 (epub)
- NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos Ídolos. Tr. Paulo César Lima de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006 (epub)
- NIETZSCHE, F.. A Genealogia da Moral. Tr. Paulo César Lima de Souza. Belo Horizonte: Companhia das Letras, 1998.
Matérias
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GA6T2:116-121 – a falácia do "homem bom"
20 de maio de 2023, por Cardoso de Castro -
Nietzsche sobre o mito
25 de março, por Cardoso de Castro(Blumenberg1979)
Na visão de Nietzsche sobre o mito, o ponto decisivo é que superar ou, pelo menos, lidar com o estrato subjacente de terror e sofrimento é tanto necessário, para que se possa existir de fato, quanto não deve nunca ser definitivo, para que o homem ainda seja capaz de sentir o poder da vida. -
GA35: Estrutura da Obra
8 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTranslated by Richard Rojcewicz
Part One - The dictum of Anaximander of Miletus, 6th-5th century
Introduction
§1. The mission and the dictum
a) Cessation and beginning
b) The dictum in the customary translations
Chapter I The first phase of the interpretation
A. THE FIRST SECTION OF THE STATEMENT
§2. The theme of the dictum: beings as a whole
a) The meaning of ta onta
b) Beings in genesis kai phthora
c) ex oun — eis tauta — the whence-whither — our characterization of (…) -
Barbuy: senso comum (7) - Nietzsche
6 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro7. Nietzsche, no fim do século XIX, levantou o desesperado clamor de que a vida não tinha mais sentido porque Deus tinha morrido. A negação da realidade do mundo tinha conduzido à negação da realidade de Deus: E que sentido poderia ter o mundo sem Deus? Tudo quanto sempre se concebeu como ordem vital, ou mundo, ou harmonia, ou kosmos supunha a realidade concreta de Deus; os seres reais só podiam ser interpretados no seu vir-a-ser pela composição da potência e do ato, supondo Deus como Ato (…)
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GA6T1:498-499 – vontade de verdade (Willen zur Wahrheit)
3 de maio de 2020, por Cardoso de CastroSe uma vontade de verdade é, contudo, vital para a nossa “vida”, e se, porém, vida significa elevação da vida, uma “realização” cada vez mais elevada da vida e, com isso, uma vitalização do real, então a verdade se transforma, se ela é apenas “ilusão”, “imaginação”, ou seja, algo irreal, em desrealização, em obstáculo, em suma, em aniquilação da vida.
Casanova
Se o pensamento nietzschiano da vontade de poder é o pensamento fundamental de sua filosofia e da metafísica ocidental, então a (…) -
Nietzsche (VP:579): sofrimento
5 de julho de 2020, por Cardoso de CastroPara a psicologia da metafísica. — Este mundo é aparente — consequentemente, há um mundo verdadeiro. Este mundo é condicionado — consequentemente, há um mundo incondicionado. Este mundo é contraditório — consequentemente, há um mundo sem contradição. Este mundo está em devir — consequentemente, há um mundo que é. Meras conclusões falsas (confiança cega na razão: se A é, então também o seu conceito-oposição B há de ser). O sofrimento inspira essas conclusões: no fundo, são desejos de que (…)
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Nietzsche (HDH:58) – promessas
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro58. O que se pode prometer. — Pode-se prometer atos, mas não sentimentos; pois estes são involuntários. Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou sempre odiá-lo ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas ele pode prometer aqueles atos que normalmente são consequência do amor, do ódio, da fidelidade, mas também podem nascer de outros motivos: pois caminhos e motivos diversos conduzem a um ato. A promessa de sempre amar alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, (…)
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Solomon (2012) – Nietzsche, "Assim Falou Zaratustra"
3 de novembro, por Cardoso de CastroA abertura de Assim Falou Zaratustra descreve seu herói, o inovador religioso persa Zaratustra (ou Zoroastro, 628–551 A.C.) deixando sua caverna na montanha para trazer boas novas à sua sociedade; Zaratustra havia deixado sua casa para refletir em solidão aos trinta anos, a idade em que Jesus foi para o deserto, e detalhes que associam Zaratustra a Jesus e ao filósofo de Platão começam a se acumular, mas também alguns pontos de contraste, pois Jesus deixa seu deserto após quarenta dias para (…)
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GA6T1:505-506 – imagem
21 de maio de 2023, por Cardoso de CastroO sentido grego de “imagem” — se é que podemos usar efetivamente essa palavra aqui — é o vir-à-tona, φαντασία, e esse vir à tona uma vez mais compreendido como: ganhar a presença.
Casanova
[…] o presentar emergente é a vigência que se presenta, φύσις. Somente sob o poder dessa predeterminação inicial do ente como φύσις pode-se conceber também a interpretação grega subsequente do caráter ôntico do ente, a saber, a interpretação platônica. Pois de que outro modo a “ideia” poderia ser o (…) -
Solomon (2012) – Nietzsche, força e fraqueza
3 de novembro, por Cardoso de CastroO que Nietzsche despreza no ressentimento é sua patética impotência, sua fraqueza. Contudo, os critérios de força e fraqueza estão longe de ser óbvios ou consistentes em Nietzsche, e nem sequer é evidente, por exemplo, que fraqueza seja ausência de força. Por vezes, as descrições em Genealogia da moral sugerem que o status social e a classe, por si sós, determinam força e fraqueza; os aristocratas, em virtude de seu nascimento e educação, são fortes. Devido a seu papel servil, os escravos (…)
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GA6T2: ESBOZOS PARA LA HISTORIA DEL SER COMO METAFÍSICA (estrutura)
18 de junho de 2016, por Cardoso de CastroESBOZOS PARA LA HISTORIA DEL SER COMO METAFÍSICA (1941) De la historia del ser Para la determinación esencial de la metafísica moderna Objetividad - Trascendencia - Unidad - Ser (Crítica de la razón pura, § 16) Ser - objetividad (voluntad) Ser como objetividad - Ser y pensar - La unidad y lo Hen Objetividad y «reflexión». Reflexión y negatividad Reflexión y representación Reflexión y objeto y subjetividad Lo trascendental Repraesentatio y reflexio Ser - realidad efectiva - voluntad Ser y (…)
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Giuseppe Lumia: a filosofia da existência - Nietzsche
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964. O existencialismo floresceu contemporaneamente, entre as duas guerras, na Alemanha e na França. São, de fato, do mesmo ano, 1927, o Sein und Zeit de Heidegger e o Journal métaphisique de Marcel. Todavia, os seus motivos mais profundos fermentavam havia já tempo, embora fosse necessário esperar a grave (…)
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Nietzsche (VP:675) – o agente e o esvaziamento do fazer
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[tabby title="Fernandes & Moraes"]
[Valor de todo desvalorizar. — Minha exigência é] que se ponha o agente (Täter) de novo no interior do fazer (Tun), depois de tê-lo extraído dele, conceitualmente, e de se ter, com isso, esvaziado o fazer; que se retomem o fazer-algo, a “meta”, a “intenção”, o “fim” novamente no fazer, depois de tê-los artificialmente extraído dele e de se ter, com isso, esvaziado o fazer.
Que todos os “fins”, “metas”, “sentidos” são só modos de expressão e (…) -
GA47: Estrutura da Obra
10 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTrad. brasileira de Marco Antonio Casanova
-* Nietzsche como pensador do acabamento da metafísica A assim chamada "obra capital" de Nietzsche A vontade de poder como princípio de uma nova instauração de valores O conhecimento no pensamento fundamental de Nietzsche sobre a essência da verdade A essência da verdade (correção) como "avaliação" O suposto biologismo de Nietzsche A metafísica ocidental como "lógica" A verdade e o verdadeiro A oposição entre "mundo verdadeiro e mundo aparente" (…) -
Nietzsche (GM:13) – o agente
9 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro[tabby title="Lima de Souza"]
13. — Mas voltemos atrás: o problema da outra origem do “bom”, do bom como concebido pelo homem do ressentimento, exige sua conclusão. — Que as ovelhas tenham rancor às grandes aves de rapina não surpreende: mas não é motivo para censurar às aves de rapina o fato de pegarem as ovelhinhas. E se as ovelhas dizem entre si: “essas aves de rapina são más; e quem for o menos possível ave de rapina, e sim o seu oposto, ovelha — este não deveria ser bom?”, não há o (…) -
GA50:11-13 – vontade de poder
11 de novembro de 2023, por Cardoso de Castro« Volonté de puissance » est sans ambiguïté le fait de tendre vers la possibilité d’exercer un pouvoir, le fait d’aspirer à la possession de la puissance.
Froidecourt
Ce que «volonté» signifie, chacun peut à n’importe quel moment en faire l’expérience par lui-même : vouloir est une manière de tendre vers quelque chose. Ce que «puissance» signifie, chacun le connaît à partir de l’expérience de tous les jours : c’est l’exercice du pouvoir . Par conséquent, ce que dit en tout et pour tout (…) -
GA6T1:76-78 – dynamis, energeia, entelecheia
20 de maio de 2023, por Cardoso de CastroForça, a capacidade reunida em si e pronta para atuação, o estar em condições de…, é o que os gregos, antes de tudo Aristóteles, designam como δύναμις. Contudo, o poder é igualmente o ser-poderoso no sentido da realização do domínio, o estar-em-obra da força, ou, em termos gregos: ἐνέργεια. Poder é vontade como querer-para-além-de-si. Precisamente dessa forma, porém, ela se mostra como o chegar-a-si-mesmo, encontrar-se e afirmar-se na simplicidade fechada da essência, em termos gregos: (…)
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Nietzsche (VP:531) – julgar e predicados
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroO julgar (Urtheilen) é a nossa crença (Glaube) mais antiga, nosso mais habitual considerar verdadeiro ou não verdadeiro, um afirmar ou negar, uma certeza de que algo é assim e não de outra maneira, uma crença de ter, aqui, realmente “conhecido” — o que em todo julgar é tido como verdadeiro?
O que são predicados? — Não tomamos as alterações em nós como tais, mas sim como um “em-si” (An-sich) que nos é estranho, que só “percebemos” (wahrnehmen): e não as estabelecemos como um acontecer (…) -
Nietzsche (VP:485) – sujeito -> substância
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[tabby title="Fernandes & Moraes"]
O conceito-substância é uma consequência do conceito sujeito: não o inverso! Se abandonarmos a alma, “O sujeito”, então falta a pressuposição para uma “substância” em geral. Obtêm-se graus do que é, perde-se o que é.
Crítica da “realidade” [“Wirklichkeit”]: a que conduz o “mais ou menos realidade (Wirklichkeit) ”, a gradação do ser em que acreditamos?
Nosso grau de sentimento de vida e de poder (lógica e contexto do vivido) dá-nos a medida do (…) -
Nietzsche (Obra) – Vontade de Poder
11 de setembro de 2023, por Cardoso de CastroMuitos países viu Zaratustra, e muitos povos: assim descobriu o bem e o mal de muitos povos. Zaratustra não achou maior poder na terra do que bem e mal. Nenhum povo poderia viver sem antes avaliar; mas, querendo se manter, não pode avaliar como seu vizinho. Muito do que esse povo considerava bom, outro considerava infâmia e escárnio: eis o que achei. Muito achei que aqui era denominado mau, e ali era coberto de honras cor de púrpura. Jamais um vizinho compreendeu o outro: sempre sua alma se (…)
Notas
- Arendt (RJ:162) – supra-sensual
- Carneiro Leão (2017:19) – O grande inimigo da Verdade é a convicção das verdades
- Deleuze (1976:III.15) – não pensamos ainda…
- Deleuze (1976:III.15) – Niilismo
- Deleuze (1976:V.2) – morte de Deus
- Deleuze (1976:V.8) – o devir-reativo do homem e no homem
- Deleuze (2005:105-106) – a metafísica está e deve ser ultrapassada
- Deleuze (2010:124) – Hegel e Heidegger, historicistas
- Fink (1988:77) – Nietzsche e a metáfora do jogo
- Fogel (2015:191-192) – primazia do sentido para haver fato
- GA12:167-168– método científico
- GA27:13-15 – filosofia é uma ciência absoluta?
- GA5:247 – Razão opositora do pensar
- GA6T1:117-118 – estado corporal
- GA6T1:223,246 – vida
- GA6T1:276-277 – totalidade - Dasein - vida
- GA6T1:320-321 – Deus não está morto?
- GA6T1:341-342 – o morto e o vivente
- GA6T1:37-38 – querer e aspirar
- GA6T1:469-470 – amor fati
- GA6T1:55 – ciência empregada na filosofia
- GA6T1:57 – A própria vontade nunca pode ser querida
- GA6T2:485 – nada acontece
- GA87:303 – ego cogito ergo sum
- GA87:306-307 – Nietzsche - a questão do valor
- GA89:105 – Dasein e corpo
- GA9:325-326 – homem é ek-sistência
- Gilvan Fogel (Nietzsche) – Vida em Nietzsche
- Haar (1990:96) – o elementar do homem
- Mattéi (2001:76-79) – tétrades em Introdução à Metafísica [GA40]
- Mattéi (2001:79) – Eterno Retorno do Mesmo em 4 pontos
- Mattéi (2001:80) – essencialidade de uma posição metafísica
- Nietzsche (ABM 186): a ciência da moral
- Nietzsche (ABM:§17) – sujeito "eu" não conjuga "pensar"
- Nietzsche (ABM:§19) – vontade, querer e livre-arbítrio
- Nietzsche (ABM:§199) — dever
- Nietzsche (EH:3) – Inspiração
- Nietzsche (GC 345): problema da moral
- Nietzsche (GC:2) – filosofia como exegese do corpo?
- Nietzsche (GC:§335) – justo
- Nietzsche (GM:Capítulo 2) – responsabilidade
- Nietzsche (HDH:58) – promessas
- Nietzsche (VP:477) – “Pensar” não acontece absolutamente
- Nietzsche (VP:481) – não há fatos, só interpretações
- Nietzsche (VP:483) – por meio do pensar é posto o eu
- Nietzsche (VP:484) – é pensado, há pensante
- Nietzsche (VP:485) – sujeito -> substância
- Nietzsche (VP:489) – O fenômeno do corpo é o fenômeno mais rico
- Nietzsche (VP:490) – sujeito como multiplicidade
- Nietzsche (VP:492) – sujeito-unidade = regente diante de uma comunidade
- Nietzsche (VP:547) – o “sujeito”, um resultado
- Nietzsche (VP:561) – Toda unidade só é unidade como organização e combinação
- Nietzsche (VP:659) – corpo - nossa posse mais própria
- Nietzsche (VP:674) – nosso organismo em sua perfeita imoralidade
- Nietzsche (VP:675) – o agente e o esvaziamento do fazer
- Nietzsche (VP:§254): estimação moral
- Nietzsche (VP:§281) – eticidade
- Nietzsche (VP:§284) – os desejos e estados louvados
- Nietzsche (VP:§331): assim deveria ser…
- Nietzsche (VP:§333): ética
- Nietzsche (VP:§333): vício e virtude são efeitos, não causas
- Nietzsche (VP:§45): não fazer nada
- Nietzsche (VP:§676): SOBRE A PROVENIÊNCIA DE NOSSAS APRECIAÇÕES DE VALOR
- Nietzsche: Il faut un but
- Nietzsche: La distinction entre l’ésotérique et l’exotérique
- Rorty (1999:16) – Heidegger e Derrida como filósofos pós-nietzschianos
- Sallis (1993:xii) – Terra em Nietzsche
- Sloterdijk (2013:33-35) – antropotécnica na genealogia da moral