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The Glance of an Eye

McNeill (1999) – Introdução: De um antigo desejo

Heidegger, Aristotle, and the Ends of Theory

Introdução: Do desejo antigo e da primazia da visão
As três concepções do desejo de ver
A tecnologia, a techne e a metafísica da presença
O saber como ter visto e a poiesis
  • A terceira concepção de visão refere-se à definição de conhecimento apresentada por Heidegger em A Origem da Obra de Arte, onde saber significa ter visto, não no sentido de percepção sensorial ou de visão de ideias não sensíveis, mas vinculado a uma compreensão mais ampla de techne; aqui, techne é entendida não como a atividade de fazer ou manufaturar de um sujeito, mas como um trazer à tona, Hervorbringen, que traz o presente para fora da ocultação e para a não-ocultação de sua aparência.
  • Neste contexto, o artista não é um technites por ser um artesão, mas porque o seu produzir é um trazer à frente que responde a um deixar vir, permitindo que os entes venham à presença em sua aparência; esse saber como ter visto envolve uma preservação da obra e uma abertura para o ser como não-ocultação, assumindo uma postura dentro do extraordinário, ou das Ungeheure, abrindo-se para uma alteridade imprevista na tradição filosófica.
Conclusão: O destino da filosofia e o thaumazein
  • Retornando à relação entre thaumazein e curiosidade, Heidegger adverte em seus cursos de 1937/1938 que derivar a filosofia da curiosidade é uma determinação fraca, pois o thaumazein envolve um espanto fundamental diante do prevalecer dos entes; no entanto, esse espanto corre o risco de autodestruição quando se transforma em uma avidez, Gier, por conhecimento calculativo, subordinando a filosofia a fins práticos ou políticos, como na paideia platônica.
  • À medida que a apreensão dos entes se desdobra em techne e as ideias se tornam a medida das coisas, o conhecimento torna-se uma familiaridade com essas ideias exigindo conformidade constante; esse processo culmina na história da metafísica, da ciência e da tecnologia ocidentais, onde a filosofia, tendo cumprido seu destino e sido substituída por suas descendentes, torna-se ela própria uma curiosidade, uma Kuriositat, marginalizada e destituída de poder.
  • O sucesso da ciência e da tecnologia representa o fim legítimo e a conclusão da filosofia, um processo que ocorre simultaneamente à perda ou oclusão da essência originária da verdade como aletheia ou não-ocultação; Heidegger propõe rastrear as mutações desse desejo de ver, passando pela resposta filosófica da theoria, sua transformação na ciência moderna, a intimação do fim no pensamento de Nietzsche Nietzsche
    Friedrich Nietzsche
    FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE (1844-1900)
    sobre o eterno retorno, e finalmente, um retorno ao início grego para compreender o estabelecimento da theoria.

Ver online : William McNeill


MCNEILL, William. The Glance of the Eye. Heidegger, Aristotle, and the Ends of Theory. New York: SUNY, 1999.