Página inicial > SZ/GA02: Ser e Tempo > Kisiel (1995:439-441) – possibilidade, “poder-ser” (Seinkönnen)
Kisiel (1995:439-441) – possibilidade, “poder-ser” (Seinkönnen)
Assim como “estrutura” domina os próprios interstícios do penúltimo rascunho em sua orientação para o ser, esse rascunho kairológico orientado para o tempo passa a ser dominado por uma nova palavra incidental, como tal e em variantes centrais como “poder-ser” (Seinkönnen): “possibilidade”. Esse desenvolvimento já estava, de fato, começando a tomar forma no final da SS 1925 [GA20
GA20
GA20ES
GA20EN
Prolegomena zur Geschichte des Zeitbegriffs (Sommersemester 1925), ed. Petra Jaeger, 1. Auflage 1979. 2., durchgesehene Auflage 1988. 3., durchgesehene Auflage 1994.
], quando Heidegger se esforça pela primeira vez para articular a natureza da compreensão. Mas assume o centro do palco apenas na última hora da SS 1925-26 [GA21
GA21
GA 21
GA XXI
GA21EN
GA21ES
Lógica. A pergunta pela verdade. / Logik. Die Frage nach der Wahrheit (Wintersemester 1925/1926), ed. Walter Biemel, 1. Auflage 1976. 2., durchgesehene Auflage 1995.
], quando Heidegger descobre, por meio de sua nova indicação formal de “ek-sistência” como ser-para-um-poder-ser, que todas as três dimensões do tempo são permeadas pela possibilidade. A facticidade do passado, por exemplo, não é um fato bruto, mas sim a possibilidade do Já. “Designamos como Existenz a possibilidade-de-ser (Seinsmöglichkeit) temporalmente particular e autêntica de um Dasein fático, independentemente de como essa possibilidade possa ser escolhida e determinada” (GA21
GA21
GA 21
GA XXI
GA21EN
GA21ES
Lógica. A pergunta pela verdade. / Logik. Die Frage nach der Wahrheit (Wintersemester 1925/1926), ed. Walter Biemel, 1. Auflage 1976. 2., durchgesehene Auflage 1995.
:402).
Não é de surpreender, portanto, que essa nova ênfase em sua indicação formal seja anunciada precisamente na seção de SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
(§9) na qual Heidegger dá a primeira elaboração completa do que “existência” indica provisoriamente: “O Dasein se comporta em seu ser como em sua possibilidade mais própria”. A nova afirmação ontológica provisória não é mais “o próprio Dasein é seu tempo”, mas sim “o Dasein é, em cada caso, sua possibilidade” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
42), que ele não apenas “tem” como uma propriedade modificadora. Minha possibilidade é “minha” mais no sentido de uma identificação ek-sistencial do que de uma relação ousiológica. O modo anterior de falar sobre “propriedades” do Dasein, “modos de ser”, sempre significou de fato “possibilidades de ser” em sua referência ao Como do Dasein verbal. “O Dasein é principalmente ser-possível. O Dasein é, em cada caso, o que ele pode ser e como ele é sua possibilidade” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
143). [440] “O Dasein é sua possibilidade”: o ponto é reiterado em todas as oportunidades ao longo do livro (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
181, 188, 191, 193, 259, 264, 336, etc.).
Ao contrário do relato provisório do rascunho anterior (ver cap. 8), a compreensão agora se torna o verdadeiro locus da possibilidade. “O Dasein se define como um ser sempre à luz de uma possibilidade que ele mesmo é e de alguma forma compreende em seu ser” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
43). A identificação é uma consequência da existencialização completa tanto do Dasein quanto da compreensão que ele é, onde a possibilidade é agora o próprio núcleo da indicação formal da existência. “O modo de ser do Dasein como poder-ser reside existencialmente na compreensão. Dito de outra forma, a atividade de compreensão implica existencialmente o tipo de ser do Dasein como pode-ser” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
143). Essa possibilidade existencial que o próprio Dasein é deve ser nitidamente distinguida da possibilidade lógica vazia, o meramente possível que, como ainda não é real e nunca foi necessário em nenhum momento, é considerado ontologicamente inferior à realidade e à necessidade. “A possibilidade como um existencial é a determinação mais original, última e positiva do Dasein” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
143f.). No Dasein e com o Dasein considerado em seu ser como existência, nos deparamos com uma noção até então desconhecida e especialmente pregnante de possibilidade vivida que caduca e é lançada, em que ser, poder-ser e ter-de-ser (tradicionalmente os modais de atualidade, possibilidade e necessidade) são “equiprimordiais” em um sentido que só será plenamente compreendido por meio da condição última da possibilidade, por meio da unidade da temporalidade do Dasein. “Mais alto do que a atualidade está a possibilidade” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
38).
A compreensão, primeiramente considerada como uma revelação, um tipo de “saber-fazer”, está no nível de ser um poder-ser revelador, revelando o poder-ser ao qual o próprio Dasein é (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
86, 144). A compreensão como ek-sistência, consequentemente lançada para frente e em direção a possibilidades, sempre tem a estrutura de um projeto. “Enquanto o Dasein é, ele está se projetando” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
145). Essa mesma projeção é a margem de manobra (Spielraum) que permite ao Dasein ser “livre para o seu mais próprio poder-ser” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
144, 145), a própria possibilidade e liberdade que o Dasein é. Como reveladora, essa margem de manobra é o livre jogo e o campo de jogo de um claridade (Gelichtetheit: SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
147) que proporciona transparência a toda a existência. A fusão da livre liberdade de possibilidade e da revelação proporcionada pelo projeto de compreensão leva, portanto, ao surgimento hesitante e ambivalente do Da-sein como a “iluminação/clareira” (Lichtung: SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
133) do ser, um termo favorito do Heidegger posterior que já desempenha um papel central, embora não elaborado, em SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
. Já destinada a substituir a “pura retenção intuitiva do ser” do eterno νοῦς dos gregos (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
171), a clareira proporcionada pela compreensão pré-reflexiva logo encontrará sua “condição de possibilidade” na unidade ektática da temporalidade, que “originalmente clareia o Aí” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
351) do Da-sein. “Aquilo pelo qual essa entidade é clareada, aquilo que a torna tanto ’aberta’ para si mesma quanto ’brilhante’ para si mesma, foi, antes de qualquer interpretação ’temporal’, definido como [441] cuidado [Sorge]” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
350). Tanto a verdade da descoberta das coisas, tanto prática quanto teórica, quanto a verdade da revelação do si em sua situação concreta de ação, são, ao contrário de Aristóteles
Aristoteles
Aristote
Aristóteles
Aristotle
Para Heidegger, Aristóteles é com efeito toda a filosofia, por esta razão passou sua vida a situar, demarcar, mensurar, em resumo questionar em sua dimensão mesma de lugar, este lugar comum a toda humanidade.
, governadas por uma clareira temporal em vez de uma Mente eterna da qual participamos. “Compreendemos a luz dessa clareira somente se não olharmos para algum poder existente implantado em nós, mas sim interrogarmos toda a constituição do ser do Dasein, seu “cuidado”, no terreno unitário de sua possibilidade existencial” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
351). Essa é a reorientação final da possibilidade ditada pelo impulso extro-vertivo da ek-sistência que transforma o ser humano “de dentro para fora”, por assim dizer: os poderes facultativos, antes possuídos pelo animal racional, tornam-se contextos fortalecedores (mais tarde, a clareira do próprio Ser) nos quais e pelos quais o ser humano está “fora para” seu ser, a fim de ser.
“Enquanto for, o Dasein já se compreendeu e sempre se compreenderá a partir de possibilidades. O caráter projetivo do próprio ato de compreender significa, além disso, que a compreensão não apreende tematicamente aquilo em direção ao qual [woraufhin] ela projeta, as possibilidades” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
145). O próprio caráter da possibilidade significa que ela não é apreendida tematicamente, reflexivamente. “A projeção lança a possibilidade diante de si mesma como possibilidade e a deixa ser como possibilidade” (ibid.). Esse estado não-matizado de ser a possibilidade demarca a primazia da possibilidade contida na afirmação existencial de que “o Dasein é sua possibilidade”. É uma especificação adicional da afirmação formalmente indicativa de que “o Dasein é o ser que, em seu ser, se ocupa desse ser”.
A explicação dessas possibilidades implícitas, a interpretação expositiva (Aus-legung), desenvolve essas possibilidades já projetadas que constituem a estrutura prévia da compreensão em uma estrutura explícita, por meio da qual compreendemos abertamente algo como algo. Explicar algo como algo é compreender seu sentido (Sinn) ou significado. “Sentido é o em-direção-a previamente estruturado do projeto a partir do qual algo como algo se torna compreensível” (SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
151). Deixei de fora temporariamente uma parte dessa frase já rica, destacada em SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
, e tão essencial para seu movimento, tanto em seu conteúdo quanto em seu método de formação de conceitos. Até mesmo nos levaria muito longe, nesta fase tardia de nossa história, para refazer sua gênese até a resposta do Kriegsnotsemester
GA58
GA 58
GA LVIII
WS 1919-1920
KNSWS 1919-1920
KNS
Kriegsnotsemester
Grundprobleme der Phänomenologie (WS 1919-1920) [1992] — Problemas Fundamentais da Fenomenologia (1919-1920). KNS = Kriegsnotsemester
[GA56-57
GA56-57
GA 56-57
GA LVI-LVII
SS 1919
Zur Bestimmung der Philosophie. 1. Die Idee der Philosophie und das Weltanschauungsproblem (post war semester 1919); 2. Phänomenologie und transzendentale Wertphilosophie (SS 1919); 3. Anhang: Über das Wesen der Universität und akademischen Studiums (SS 1919) [1987]
] de 1919 às objeções de Natorp
Natorp
Paul Natorp (1854-1924)
e o consequente sentido tríplice de intencionalidade em 1920. Mas observe o movimento “exteriorizante” da “disposição” ou ex-posição de sentido “fora” de um todo anterior de compreensibilidade implícita que torna a interpretação, e isso significa não apenas o conhecimento humano, mas também a ação humana, possível. O movimento ek-sistencial, que é o pressuposto central de SZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
, é agora caracterizado como um movimento hermenêutico de explicação do implícito, a exposição do sentido que investe o ser humano com o sentido múltiplo de direção que o leva adiante em tudo o que faz, tanto em direção ao mundo quanto em direção a si mesmo. A [442] volta à verdadeira fonte desse movimento de sentido (Sinngebung, Sinngenesis) define a ambição fenomenológica do livro, em uma pergunta que já está sendo feita na habilitação: De onde vem o sentido? Como ele surge? Quais são as condições definidoras que possibilitam seu surgimento?
Ver online : Theodore Kisiel
KISIEL, Theodore. The Genesis of Heidegger’s Being and Time. Berkeley: University of California Press, 1995