Fenomenologia, Existencialismo e Daseinsanálise

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GA6T2:231-232 – condição de possibilidade

quarta-feira 13 de dezembro de 2023

Vemos que, na história da proveniência do pensamento do valor, a transformação da idea em perceptio é decisiva. É somente por meio da metafísica da subjetividade que o traço essencial de início ainda encoberto e retido da idea – ser o elemento possibilitador e condicionante – é liberado e colocado, então, em jogo de uma maneira desobstruída. O mais íntimo da história da metafísica moderna consiste no processo por meio do qual o ser obtém o traço essencial inconteste de ser condição de possibilidade do ente, isto é, dito em termos modernos, do re-presentado, daquilo que se encontra contraposto, ou seja, dos objetos. O passo decisivo nesse processo foi dado pela metafísica de Kant Kant Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou. . No interior da metafísica moderna, a metafísica kantiana não é apenas o ponto central em termos cronológicos, mas também em termos histórico-essenciais; e isso segundo o modo como nela o começo junto a Descartes Descartes H. consagrou dois cursos e quatro seminários a Descartes. A desconstrução da metafísica heideggeriana conduz um diálogo intenso com Descartes. é acolhido e transformado na confrontação com Leibniz Leibniz LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm (1646-1716). Leibniz centraliza sua reflexão sobre o "tema" que H tem por central em toda filosofia desde Platão e Aristóteles: a questão do ser. (LDMH) . A posição metafísica fundamental de Kant Kant Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou. é exposta no princípio que o próprio Kant Kant Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou. define na Crítica da razão pura como o princípio supremo de sua fundamentação da metafísica (A 1 58, B 197). O princípio diz: “As condições de possibilidade da experiência em geral são ao mesmo tempo as condições de possibilidade dos objetos da experiência.”

Denomina-se aqui, expressa e normativamente, “condições de possibilidade” aquilo que Aristóteles Aristoteles
Aristote
Aristóteles
Aristotle
Para Heidegger, Aristóteles é com efeito toda a filosofia, por esta razão passou sua vida a situar, demarcar, mensurar, em resumo questionar em sua dimensão mesma de lugar, este lugar comum a toda humanidade.
e Kant Kant Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou. chamam de “categorias”. De acordo com a explicitação dada anteriormente por nós sobre essa noção, o que se tem em vista com as categorias são as determinações essenciais do ente enquanto tal, isto é, a entidade, o ser; aquilo que Platão Platon
Plato
Platão
Platón
O pensamento de Heidegger é um diálogo a todo instante com aquele de Platão. Presente em todos os escritos de Heidegger desde Ser e Tempo, Platão é o pivô a partir do qual o pensamento de Heidegger se engaja prospectivamente a entrar em correspondência com outros Matinais. (LDMH)
concebe como “ideias”. Segundo Kant Kant Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou. , o ser é a condição de possibilidade do ente, ele é a sua entidade. Nesse caso, em sintonia com a posição fundamental moderna, entidade e ser designam a representidade, o caráter daquilo que se encontra contraposto (objetividade). [1]. O princípio supremo da metafísica kantiana diz: as condições de possibilidade do ato de re-presentar o re-presentado são ao mesmo tempo, isto é, não são outra coisa senão as condições de possibilidade do representado. Elas constituem a representidade; essa representidade, porém, é a essência da objetividade, e esta, a essência do ser. O princípio diz: o ser é re-presentidade. Re-presentidade, no entanto, é o ter-sido-apresentado de tal modo que aquele que representa pode estar seguro do que é assim posicionado e possuir uma posição. A segurança é buscada na certeza. Essa certeza determina a essência da verdade. O fundamento da verdade é o re-presentar, isto é, o “pensar” no sentido do ego cogito, ou seja, do cogito me cogitare. A verdade enquanto representidade do objeto, a objetividade, possui o seu fundamento na subjetividade, no re-presentar que se representa; isso se dá, contudo, porque o próprio representar é a essência do ser. [GA6PT GA6
GA6T1
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GA6PT
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GA6ES
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GA6T2FR
N I
N II
GA6.1 = NIETZSCHE I e GA6.2 = NIETZSCHE II
]


Ver online : Nietzsche [GA6T2]


[1Uma vez mais vimo-nos obrigados a verter acima o termo Gegenstand por “aquilo que se encontra contraposto”. Na passagem, Heidegger justapõe dois vocábulos que são normalmente traduzidos pelo mesmo correlato em português: tanto Gegenständlichkeit quanto Objektivität são traduzidos de maneira corrente por objetividade. (N.T. Casanova)