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Escudero (2016:§43) – os entes intramundanos
domingo 30 de julho de 2017
A “realidade”, como um termo que se refere apenas a entes intramundanos, está fundamentada na própria estrutura do Dasein. Para compreender as características da realidade, devemos começar interpretando nosso próprio modo de ser: o cuidado. Se os entes reais são independentes de nós, como é possível explicar que só podemos entender seu ser retornando a nós mesmos? Vale a pena ler com atenção a resposta de Heidegger: “O ser (não os entes) depende da compreensão do ser, ou seja, a realidade (não o real) depende do cuidado” (SuZ
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
: 281 / SyT: 233). As plantas, os animais, a terra, os mares, as montanhas, as estrelas e outras coisas existentes são entes reais, com suas propriedades e conexões ônticas. Estão aí, quer sejam descobertas ou não. Seu ser, por outro lado, só é compreensível graças ao Dasein. A realidade, então, é dada na medida em que há compreensão do ser, ou seja, ela só é dada na medida em que há Dasein. A frase “O ser também existe antes e depois do Dasein, mesmo independentemente do Dasein” está correta. Nesse sentido, Heidegger seria a favor de um realismo ôntico. Mas esta frase só pode ser formulada dentro da estrutura de uma determinada compreensão do ser. Se o Dasein desaparecesse do mundo, o ser seria um ser que não existe. Se o Dasein desaparecesse do planeta, as coisas continuariam a existir. Entretanto, não haveria ser. Essa afirmação parece menos intrigante se nos lembrarmos de que o ser é o princípio da inteligibilidade, o horizonte a partir do qual sempre entendemos as coisas. Da mesma forma, as coisas só podem significar algo para alguém. Daí a afirmação heideggeriana de que, se não há Dasein, não há ser, ou seja, não há compreensão da realidade. Nesse sentido, pode-se dizer que Heidegger sustenta a tese de um idealismo ontológico. Assim, lemos:
Certamente, somente enquanto o Dasein […] é, “há” ser. Se o Dasein não existe, a “independência” nem “é” [tese realista, J.A.], nem “é” o em-si [tese idealista, J.A.]. Nada disso é, então, nem compreensível nem incompreensível. E então, nem o ente intramundano pode ser descoberto, nem pode permanecer oculto. Nesse caso, não se pode dizer que o ser é ou que não é (SuZ GA2
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ETJA
ETEM Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972 : 281 / SyT: 233).
O Dasein tem uma relação privilegiada com o ser do ente e a multiplicidade de suas manifestações. O Dasein está constitutivamente aberto à compreensão do ser. Em contraste com a afirmação de uma dependência cognitiva unilateral do ser em relação ao Dasein (tese do idealismo) ou do Dasein em relação ao ser (tese do realismo), Heidegger defende a conexão original entre o ser e o Dasein. Dentro da estrutura dessa perspectiva ontológica, é possível abordar o problema da verdade.
[ESCUDERO
Escudero
Jesús Adrián Escudero
JESÚS ADRIÁN ESCUDERO (1964)
, J. A. Guía para la Lectura de Ser y Tiempo
GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
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Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
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STFC
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BTJS
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ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
de Heidegger ( Vol. 1). 1st ed ed. Barcelona: Herder, Editorial S.A, 2016]
Ver online : Jesús Adrián Escudero