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The Kyoto school

Carter (2013) – Nishida: a lugar da dúvida

An introduction

  • A anterioridade da experiência pura à distinção entre eu e mundo, e a fundação da certeza no fenômeno da consciência

    • A experiência pura sendo anterior ao significado e ao julgamento, inexistindo, portanto, o eu e o mundo
    • O início de Nishida com a dúvida, questionando as suposições de qualquer tipo, assim como Descartes Descartes H. consagrou dois cursos e quatro seminários a Descartes. A desconstrução da metafísica heideggeriana conduz um diálogo intenso com Descartes.
    • A realização, após reflexão, de que a "existência independente da mente e da matéria é geralmente considerada um fato intuitivo, mas que claramente não é o caso"
    • A impossibilidade de conhecer as coisas separadas da consciência, e o único que se pode conhecer com certeza além de toda dúvida sendo os fenômenos da consciência, como experiência pura, "intuídos" sem inferência ou suposição
    • O corpo sendo também um fenômeno da consciência, pois "não é que a consciência esteja dentro do corpo, mas que o corpo está dentro da consciência"
    • A clarificação adicional por Nishida de que existem apenas fenômenos da consciência, e não fenômenos de matéria e mente, pois os "fenômenos materiais são abstrações de fenômenos da consciência que são comuns a todos nós e que possuem uma relação imutável uns com os outros"
  • O surgimento das distinções de eu e mundo a partir da atividade unificadora da realidade

    • A realidade sendo uma atividade e esta atividade sendo uma atividade unificadora, visto que nem a mente nem os objetos materiais existem como entidades independentes separadas da experiência pura
    • A realidade como atividade dentro da consciência incluindo o sentir e o querer
    • As noções de objetividade e subjetividade, juntamente com as distinções de conhecer, querer e sentir, estando todas presentes quando se desempacota retrospectivamente o "significado" do conteúdo da experiência pura e se fazem julgamentos abstratos sobre ele
  • A apreensão do princípio unificador através da intuição e do ser

    • A existência de um fator ou princípio unificador por trás de toda a realidade
    • A tentativa contínua de Nishida de colocar seu entendimento do princípio unificador em linguagem rigorosa e precisa, discernível em todo o Investigar
    • A indicação, através da "intuição intelectual" ou de um "apreender da vida," de como se chega a conhecer a existência deste princípio unificador
    • Este "conhecer" não sendo o conhecer do pensamento ordinário ou da percepção ordinária, sendo o princípio unificador só podendo ser conhecido tornando-se ele, ou apropriando-se dele
    • O princípio unificador sendo uma experiência pura que é anterior às distinções de mente e matéria, e assim por diante, mas que revela a fonte última de tudo o que é
    • A impossibilidade de o princípio unificador ser objetificado, pois, embora torne a objetividade possível, não pode ele mesmo ser objetificado
    • A única forma de o conhecer sendo intuitivamente, ou seja, diretamente
    • A resposta à pergunta do mestre Zen Dogen (que cita um antigo sábio chinês), "Como pensamos o que está além do alcance do pensar?," sendo que "não o pensamos"
    • A instrução de deixar o eu pensante para trás e tornar-se o princípio unificador
    • A meditação sobre o princípio unificador, mas a não o pensar, nem lutar para não o pensar, permitindo que a experiência pura venha à tona sem o pensar
  • O divino como manifestação do universo e a via do amor para o conhecimento da realidade

    • A rejeição por Nishida de uma noção "infantil" de Deus como um ser fora do universo
    • A afirmação de que "Deus é o unificador do universo," pois o universo é a manifestação de Deus, em terminologia mais religiosa
    • O poder unificador estando dentro de cada um como uma expressão do poder unificador da realidade, dado que cada um é uma parte do universo como manifestação de Deus
    • A ênfase de Nishida de que o entendimento mais profundo da realidade é ganho não através do raciocínio ou da sensação, oferecendo um novo tipo de metafísica
    • O conhecimento da realidade sendo ganho intuitivamente em e através da experiência pura, sendo a sua solução radicalmente experiencial, nem racional nem empírica como dada pelos sentidos
    • A impossibilidade de o conhecimento ser postulado ou de ser apreendido através dos cinco sentidos, mas podendo ser apreendido intuitivamente como experiência pura
    • O conhecer o princípio unificador sendo o ser ele, e o ser ele sendo o vivê-lo
    • O viver o princípio unificador sendo o sentir a unidade de todas as coisas, o parentesco consigo mesmo com a unidade última, e o adquirir encerramento e alegria por ter satisfeito o desejo de compreender esta unidade última
    • Deus sendo o "maior e final unificador da nossa consciência; nossa consciência é uma parte da consciência de Deus e sua unidade provém da unidade de Deus"
    • O amor buscando a unidade, e o "amor é o conhecimento mais profundo das coisas"
    • O conhecimento analítico e o conhecimento inferencial sendo "superficiais," e "não podem apreender a realidade"
    • A capacidade de alcançar a realidade somente através do amor, sendo o "amor a culminação do conhecimento"

Ver online : Escola de Kyoto


CARTER, Robert Edgar. The Kyoto school: an introduction. Albany (N.Y.): State university of New York press, 2013