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L’Être et le temps

Auxenfants – Sein

Suas notas a sua tradução

É também evidente que a tradução da palavra Sein não cessa, ao longo de todo o tratado, de confrontar-se com a equivocidade do próprio termo. Além do fundo da questão, que constitui o próprio objeto de Sein und Zeit GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
, há duas razões para isso: 1º) o fato de que “compreendemos o substantivo verbal ‘ser’ a partir do infinitivo, que, por sua vez, remete ao ‘é’ e à sua multiplicidade (…). A forma verbal determinada e particular ‘é’, terceira pessoa do singular do indicativo presente, possui aqui um privilégio.” (Jacques Derrida Derrida
Jacques Derrida
JACQUES DERRIDA (1930-2004)
, citando Heidegger: De la grammatologie, p. 36, nota 13). 2º) o uso generalizado, já mencionado, específico do alemão, dos verbos substantivados. Ora, no caso presente, se a forma verbal “ser” é “clara e distinta” em francês, quando se diz “o ser”, entende-se exclusivamente o substantivo, tal como o definem todos os dicionários. Ora, e isto é fundamental, o que, em Sein und Zeit GA2
Sein und Zeit
SZ
SuZ
S.u.Z.
Être et temps
Ser e Tempo
Being and Time
Ser y Tiempo
EtreTemps
STMS
STFC
BTMR
STJR
BTJS
ETFV
STJG
ETJA
ETEM
Sein und Zeit (1927), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1977, XIV, 586p. Revised 2018. [GA2] / Sein und Zeit (1927), Tübingen, Max Niemeyer, 1967. / Sein und Zeit. Tübingen : Max Niemeyer Verlag, 1972
, deve ser entendido por das Sein não é simplesmente o fato de ser, a existência, mas sim uma forma verbal.

Inspirando-me na marca distintiva dos substantivos em alemão (cuja primeira letra é sempre maiúscula), adotei, portanto, a convenção que distingue as grafias Être e être, tal como o faz Michel Haar Haar
Michel Haar
MICHEL HAAR (1937-2003)
em Heidegger et l’essence de l’homme (MH, p. 8). Das Sein será, assim, traduzido por “o Être”, e o leitor será convidado a concentrar-se em seu sentido verbal, objeto do tratado de Heidegger.

No que concerne aos genitivos saxônicos, estabeleci para mim uma regra constante, própria a cada caso encontrado, conforme o modo como o genitivo se apresenta (de ser ou do Être). No primeiro caso, com efeito, considero que a forma verbal é clara. Assim, por exemplo, Seinsverständnis será sempre traduzido por “compreensão do Être”, ao passo que Seinsart será sempre traduzido por “modo de ser”.

Em dois casos muito particulares, desejei adotar uma opção tipográfica específica. O primeiro é aquele em que a própria língua alemã fornece a Heidegger a possibilidade de deixar um traço intencionalmente distintivo, como, por exemplo, quando ele diferencia von Sein e vom Sein. Num caso como o primeiro citado, em que o autor marcou claramente a ausência do artigo, como na expressão der Sinn von Sein, procurei respeitar sua intenção e, para eliminar qualquer ambiguidade em português, em vez de traduzir indistintamente por “sentido de ser” ou “sentido do Être”, optei por eliminar o apóstrofo e introduzir aspas inglesas, as quais, segundo me parece, autorizam o “barbarismo”, obtendo assim: “o sentido de ‘ser’”. O segundo caso é aquele em que o texto convida a refletir intensamente sobre o verbo ser, em certos pontos em que é preciso, aliás, tomar cuidado para não traduzi-lo por “existir”, o que nem sempre foi respeitado em algumas traduções. Em tais casos, escrever-se-á, portanto, Être.


Ver online : L’Être et le temps (tradução de Auxenfants revisada por Pascal Nouvel)