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Às coisas, elas mesmas
possuir / ter / dotar
Ce qu’est la chose, son Was-sein ou son être, est donnné, non point dans sa pure et simple apparence sensible et toujours particulière, mas dans son "aspect" (eidos) tel que seul peut le saisir une vue supra-sensible de l’étant. [Zarader]
empeiria / ἐμπειρία / empiria
cérebro / cerveau / brain / Gehirn
Aristóteles designa por ἐπιστήμη τις o por ele caracterizado contemplar do ente enquanto ente, um modo em que assim se encontra o nosso ver e perceber, designadamente, no estar-presente enquanto tal. A ἐπιστήμη, enquanto modo do estar-em, é, no que permanentemente está-presente ele mesmo, uma espécie de estar-presente humano no que está-presente não-encoberto. Nós mesmos precipitamo-nos no errar se traduzirmos a palavra ἐπιστήμη por ciência, e deixarmos à discrição que se diga com esta palavra o que, justamente, nos é conhecido sob a designação de ciência em geral. Mas se, apesar disso, traduzirmos aqui ἐπιστήμη por ciência, então [224] esta interpretação só terá razão, se entendermos o saber como o ter-visto e pensarmos o ter-visto a partir daquele ver que se encontra ante o aspecto do que está-presente enquanto o que está-presente e visa o estar-em-presença ele mesmo. [GA5]
Querer é um tipo de desejar e de aspirar. Os gregos denominam isso ὄρεξις; na Idade Média e na modernidade isso significa: appetitus e inclinatio. [GA6MAC]
Este, que quer saber, em sentido próprio, é alguém que, em e por sua essência, tem o zelo do que é e está sendo como tal, do sendo, portanto; ele não pode ficar parado preso à multiplicidade das diversas coisas, que, em geral, se consideram o sendo (primeiro e segundo estágio da caverna), ele, ao contrário, se põe a caminho e está sempre de viagem, nem se deixa cegar pelo que, cada vez, se lhe oferece, nem desiste do ἔρως, até haver apanhado aquilo que, no âmbito da totalidade do sendo, constitui o ser, a essência das coisas, [177] com o Eros, o poder, a que compete apreender o ser das coisas. Com este poder ele se põe em união com o ὂv ὄντως, com o sendo, em sentido próprio. Gerando assim a percepção e o desencobrimento, ele há de verdadeiramente conhecer, viver e alimentar-se e, desse modo, ficar isento de dor. [GA36-37]
A sentença de Heráclito diz (Fragm. 119): ἦθος ἄνθρωπω δαίμων. Em geral, costuma-se traduzir essa sentença da seguinte forma: “Para o homem, o seu modo próprio de ser é seu demônio”. Essa tradução pensa de modo moderno, mas não grego, ἦθος significa morada, lugar onde morar. A palavra nomeia o âmbito aberto, no qual mora o homem. O aberto de sua morada permite a manifestação do que advém à essência do homem, ou seja, o que, advindo, se estabelece em sua proximidade. A morada do homem contém e guarda o advento daquilo ao que pertence o homem em sua essência. Segundo as palavras de Heráclito, isto é ο δαίμων, o deus. A sentença diz: o homem, enquanto é homem, mora nas cercanias de deus. [GA9]
felicidade